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Pesquisadores da Georgia Tech criam primeiro chip semicondutor à base de grafeno totalmente funcional

chip de grafenochip de grafeno

Pesquisadores da Georgia Tech, em Atlanta, anunciaram recentemente a conquista do que estão chamando de primeiro chip semicondutor à base de grafeno totalmente funcional. Este avanço promissor tem o potencial de redefinir o cenário da eletrônica, oferecendo a possibilidade de computadores tradicionais mais rápidos e introduzindo um material inovador para futuros computadores quânticos. Saiba mais no texto a seguir, do Engenharia 360!

O que torna este chip único?

A pesquisa, liderada por Walt de Heer, professor de física na Georgia Tech, concentra-se na utilização de grafeno epitaxial, uma estrutura cristalina de carbono quimicamente ligada ao carbeto de silício (SiC).

chip de grafeno
Imagem de Chris Mckenney, Georgia Institute of Technology via Spectrum

O material semicondutor resultante, denominado grafeno epitaxial semicondutor (SEC), ou, alternativamente, epigrafeno, exibi uma mobilidade eletrônica aprimorada em comparação com o silício tradicional. Isso permite que elétrons percorram o material com significativamente menos resistência, resultando em transistores capazes de operar em frequências terahertz, proporcionando velocidades 10 vezes superiores às dos transistores de silício presentes nos chips atuais.

Método de fabricação

De Heer descreve o método como uma versão modificada de uma técnica extremamente simples conhecida há mais de 50 anos. “Quando o carbeto de silício é aquecido a mais de 1000 °C, o silício evapora da superfície, deixando uma superfície rica em carbono que se transforma em grafeno”, explica de Heer.

A saber, esse processo, realizado em um tubo de quartzo de argônio, leva cerca de uma hora. O SEC produzido é essencialmente neutro em carga e, quando exposto ao ar, é espontaneamente dopado por oxigênio, sendo esse doping facilmente removido por aquecimento a cerca de 200 °C em vácuo.

Veja Também: Imagem de Chris Mckenney, Georgia Institute of Technology via Spectrum

Quais as vantagens do grafeno em relação ao silício?

O grafeno, uma única camada de átomos de carbono organizados em uma estrutura hexagonal, está emergindo como um condutor superior ao silício, facilitando um movimento de elétrons mais eficientes no material. Apesar dessas vantagens, tentativas anteriores de integrar o grafeno à eletrônica enfrentaram desafios devido à ausência de uma lacuna de banda, um fator crítico para transistores ligarem e desligarem.

Imagem de Jacob Aron via New Scientist.

Qual o potencial de aplicação na computação quântica?

Os pesquisadores destacam que semicondutores à base de grafeno podem desempenhar um papel crucial na computação quântica, especialmente quando o grafeno é utilizado em dispositivos em temperaturas muito baixas, onde seus elétrons exibem propriedades quântico-mecânicas semelhantes às observadas na luz.

Quais os principais desafios para a condução da pesquisa?

Embora o avanço seja promissor, de Heer e sua equipe reconhecem a necessidade de mais pesquisas para determinar se os semicondutores à base de grafeno podem superar a tecnologia supercondutora atualmente utilizada em computadores quânticos avançados. Eles não visualizam a incorporação desses semicondutores à base de grafeno com as linhas de silício padrão, buscando, em vez disso, uma mudança de paradigma além do silício, utilizando o carbeto de silício.

Quais as perspectivas para o futuro da tecnologia?

A equipe de Georgia Tech está desenvolvendo métodos, como revestir o SEC com nitreto de boro, para proteger e melhorar sua compatibilidade com métodos convencionais de processamento de semicondutores.

Comparando seu trabalho com os transistores de efeito de campo de grafeno (GFETs) comercialmente disponíveis, de Heer destaca uma diferença crucial: “Os GFETs convencionais não usam grafeno semicondutor, tornando-os inadequados para eletrônicos digitais que exigem um desligamento completo do transistor”. Ele ressalta que o SEC desenvolvido por sua equipe permite um desligamento completo, atendendo aos rigorosos requisitos dos eletrônicos digitais.

Nova era eletrônica

Embora de Heer compare esse avanço ao primeiro voo dos irmãos Wright de 100 metros, ele ressalta que o progresso dependerá da quantidade de trabalho dedicado ao seu desenvolvimento. Esse notável avanço na tecnologia de semicondutores à base de grafeno oferece uma visão promissora para o futuro da eletrônica, potencialmente abrindo portas para uma nova era de dispositivos mais rápidos, eficientes e, quem sabe, revolucionando a computação quântica. O trabalho árduo e a pesquisa contínua agora moldarão o destino desse avanço extraordinário.

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Aplicações possíveis do grafeno na engenharia


Fonte: IEEE Spectrum.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com [email protected] para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

500 tijolos por hora: Empresa australiana lança solução para construção de edifícios mais rápida

Os robôs agora estão invadindo os canteiros de obras da Engenharia, revolucionando a construção de edifícios. Por exemplo, recentemente, foi notícia nas redes que a empresa Construction Robotics havia lançado um robô-pedreiro semi-automático capaz de assentar 3 mil tijolos diariamente – o que seria 6 vezes mais rápido que um humano. Seu primeiro teste foi em Chicago, nos Estados Unidos.

Imagem reproduzida por Mapa da Obra

Veja Também: Casas pré-moldadas de metal: a chave para uma construção sustentável e eficiente no futuro

Agora a notícia mais recente é o lançamento da máquina Hadrian X, da empresa FBR Limited. Ela poderia construir, com ajuda de um software para posicionamento de blocos, uma casa de dois quartos em apenas 24 horas – uma velocidade em torno de 1 bloco a cada 20 segundos ou 1 mil blocos por hora. Algo que só seria possível com a utilização também de técnicas de construção superiores, como de uso de argamassa adesiva. Continue lendo este texto do Engenharia 360 para saber mais!

Imagem reproduzida de Hadrian X, FBR Limited, via AU Manufaturing

Desafios éticos, sociais e econômicos na automação da construção de edifícios

A Engenharia Civil também caminha em busca do progresso e da inovação. Mas isso exige considerações éticas, sociais e econômicas. Será que estamos vivendo uma transição justa e inclusiva no mercado de trabalho? O que você acha?

Nesse cenário, é inegável a contribuição que exerce inventos como o da FBR Limited. Esse robô pode ser um dos exemplares a mudar radicalmente o panorama da construção de edifícios, que por centenas de anos se valeu de métodos tradicionais e mão-de-obra humana. Enfim, a necessidade exigiu mais pressa para se erguer paredes de habitações. E o desafio agora é manter a qualidade e a eficiência ao mesmo tempo que se desafia a velocidade das práticas da Engenharia.

A saber, a capacidade do robô Hadrian X seria de manusear até 500 blocos por hora. Na prática, isso daria algo em torno de 120 metros quadrados. E tudo feito com auxílio de um braço telescópico de 32 metros, projetado para executar construção de edifícios de até 3 andares de altura. O diferencial desse mecanismo é o manejo de peças de grandes dimensões e peso considerável, oferecendo um potencial inédito para a Engenharia Civil.

@fbrltd0

this robot builds houses with zero waste foryou #robot #construction #3dprinting #tech #engineering #house #hadrianx #fbr #fastbrickrobotics #futuretech #smartconstruction #automation #innovation #knowledge #australia

♬ original sound – fbr-ltd – fbr-ltd

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Engenharia 4.0: descubra o que é e como ser um bom profissional na área

Sustentabilidade, eficiência e adaptação na indústria da construção de edifícios

Como dito antes, a indicação da FBR Limited é combinar sua máquina Hadrian X a um processo construtivo que faz uso de argamassa “adesiva”, substituindo a argamassa tradicional. Essa é uma tentativa da empresa para reduzir a geração de resíduos nesse processo de construção de edifícios. Certamente, a estratégia segue o novo modelo industrial da atualidade, que busca ser mais sustentável.

Os bons resultados já foram provados em testes, com a construção de edificação de moradias individuais até estruturas de portes maiores, formadas por blocos maiores. Todo o processo é automatizado via modelo CAD 3D. Mas, justamente por isso, será que os pedreiros terão sua mão-de-obra eliminada do mercado da Engenharia Civil? Bem, parece que suas habilidades terão que ser transferidas para a condução dessa automação avançada. Ou seja, é a substituição da obra humana por robôs – e humanos requalificados para novas demandas e oportunidades.

A introdução massiva dessa tecnologia robótica pode redefinir os paradigmas do setor da Engenharia Civil, exigindo regulamentações e adaptações para garantir uma transição suave e equitativa para todos os envolvidos.

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Observação: Foi noticiado no início de novembro de 2023 que a China planeja produzir muitos robôs humanoides até 2025, com a intenção de ter um impacto enorme no mundo, comparável ao que os smartphones e computadores tiveram. Empresas chinesas, como a Fourier Intelligence, planejam fabricar em grande escala esses robôs até 2024. E, nos EUA, a Agility Robotics e a Tesla também estão trabalhando em projetos similares, mas ainda há desafios a superar antes da produção em larga escala desses robôs.

Então, quais os impactos sociais e econômicos você acredita que terá essa transição para uma construção de edifícios automatizada? Será que teremos trabalhos mais seguros e ecológicos pelo menos? Escreva suas impressões sobre o tema na aba de comentários!

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Fontes: ING Brasil, Engenharia Hoje, Click Petróleo e Gás.

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Exemplo de amor, pai constrói exoesqueleto para filho caminhar [#engenhariatransforma]

exoesqueleto

Essa história que queremos contar sobre exoesqueleto começou na França. Antes disso, devemos lembrar que, nesta semana, iremos comemorar o dia dos pais. Por isso, nada mais propício do que apresentar esse pai, Oscar Constanza, muito amoroso e dedicado, que está ajudando a mudar a qualidade de vida de seu filho, Jean-Louis Constanza.

Jean nasceu com uma condição neurológica genética especial, que faz com que seus nervos não enviem sinais suficientes para as pernas. Em consequência, o menino não consegue andar sem ajuda. E foi justamente tentando ajudar que seu pai Oscar projetou e construiu um exoesqueleto extraordinário. Veja a seguir!

Imagem extraída de Gigazine
exoesqueleto
Imagem extraída de Guardian TV

A criação do exoesqueleto para Jean

“Um dia Oscar me disse: ‘pai, você é engenheiro robótico, por que não faz um robô que nos faça andar?’”, “Daqui a dez anos, não haverá cadeiras de rodas, ou muito menos;” – Oscar Constanza, em reportagem de G1.

O pai de Jean percebeu que o garoto precisava de alguém para ajudá-lo a andar; ou melhor, um equipamento que o desse assistência e o fizesse se sentir independente. Portanto, ele tomou uma atitude. Desenhou o protótipo de um exoesqueleto e se esforçou para tirar a ideia do papel e transformar em realidade. E, em 2012, ele ajudou a fundar a empresa Wandercraft, localizada em Paris, ao lado de dois sócios com familiares que utilizam cadeiras de rodas. Desse grupo vem surgindo boas notícias!

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Imagem extraída de G1 – Globo

“Fazemos esse trabalho porque temos certeza que em 10 anos já não haverá, haverá muito menos cadeiras de rodas. As cadeiras de rodas são uma anomalia. Homens, mulheres, seres humanos devem ser bípedes. É o fato de andarmos eretos que nos fez humanos por centenas de milhares de anos, então devemos ficar de pé.” – Constanza, em reportagem de R7.

Perspectiva de vendas

O exoesqueleto projetado por Constanza para o seu filho Jean pode, no futuro, ajudar outros jovens. No entanto, esse exoesqueleto ainda não pode ser comprado para uso pessoal. Por hora, a Wandercraft está trabalhando na produção de modelos mais leves e utilizáveis possível, que supram essa necessidade.

A boa notícia é que a empresa de Constanza não é a única a investir nessa área. Outras empresas no mundo também estão fabricando exoesqueletos. Algumas se concentram em ajudar pessoas com deficiência a caminhar, outras em diversas aplicações, como fazer com que ficar em pé se torne menos cansativo para os trabalhadores de uma fábrica, por exemplo.

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Imagem extraída de reuters
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Imagem extraída de CNN Brasil
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Imagem extraída de reuters

E você, também ficou emocionado com essa história? Compartilhe este texto para quem possa interessar!


Fontes: G1, Tribuna de Jundiaí, UOL, R7.

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